domingo, 11 de maio de 2008

Políticas

Definição:
“Políticas de uma empresa é basicamente, uma declaração expressa ou implícita daqueles princípios e normas organizados pela Direção como guias e sentinelas que vigiam o curso dos pensamentos e das ações dessa mesma empresa”. Penteado, J. Roberto Whitaker Relações Públicas nas Empresas Modernas – 1983.

Trabalho completo

INTRODUÇÃO

O tema abordado neste trabalho tem por objetivo elucidar alguns pontos nebulosos que envolvem o termo política, demonstrando suas divisões para obter uma ajuda para o levantamento e compreensão das políticas organizacionais. Mesmo que a política seja rejeitada por grande parte das pessoas, ela está diretamente ligada ao modo de vida da sociedade, mesmo que de maneira inconsciente todos praticam alguma forma de política, a maneira com esta se efetiva e é usada dentro da organização para as conquistas das metas almejadas que se torna o grande diferencial entre as diversas organizações, a maneira de entendimento das diversas formas de políticas proporciona novas realidades a serem usufruídas, seja alavancando o seu desenvolvimento como o retardando.

1. DEFINIÇÃO

O termo política teve origem na Grécia antiga especificamente do temo ( politik) que significa: 1 Arte ou ciência de governar. 2 Arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. 3 Aplicação desta arte nos negócios internos da nação (política interna) ou nos negócios externos (política externa). 4 Orientação ou métodos políticos: Política de campanário. 5 Arte ou vocação de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido, influenciação da opinião pública, aliciação de eleitores etc. 6 Prática ou profissão de conduzir negócios políticos. 7 Conjunto dos princípios ou opiniões políticas. 8 Astúcia, maquiavelismo. 9 Cerimônia, cortesia, urbanidade. P. de campanário: a que só vê os interesses locais. P. econômica: teoria e prática da direção econômica de um país. P. de boa vizinhança: política caracterizada pelo princípio de amizade, cooperação e não-interferência nos negócios internos de outro país, principalmente país vizinho. P. social: conjunto dos princípios e medidas postos em prática por instituições governamentais e outras, para a solução de certos problemas sociais.
A partir da definição retirada do dicionário pode-se observar que seu significado esta ligado a comando, principalmente ao papel exercido pelo Estado em si através de seus representantes.
O autor Simões (2001:64) menciona em sua obra Relações Públicas e Micropolítica que “Política, para o homem comum – a maioria dos empresários e governantes é – e mesmo para muitos acadêmicos e alunos universitários, refere-se, exclusivamente, à esfera da política partidária.” Para os quais a política é a maneira utilizada para gerir os mesmos as mais diversas esferas da máquina Estatal.
Contudo engana-se quem acredita que Ela acontece apenas dentro desta Instituição conhecida como Estado. A política está presente no mundo, paises, estados, municípios, vilarejos, organizações, vizinhos e dentro dos lares, enfim é uma constante na vida de todos, pode-se perceber isto nas palavras de Maar “Quando se fala da política da Igreja, isto não se refere apenas às relações entre a Igreja e as Instituições políticas, mas à existência de uma política que se expressa na Igreja em relação a certas questões como a miséria, a violência, etc.”, tais questões estão diretamente ligadas ao modo de vida de todo ser humano.

1.1 MACROPOLÍTICA E MICROPOLÍTICA

Faz-se necessário uma breve elucidação sobre macropolítica, a qual para Rebouças (1988:113) trata como sendo “as grandes orientações que a empresa, como um todo, deve respeitar e que irão facilitar e agilizar as suas ações estratégicas”.
A macropolítica é a política em uma escala maior, a qual envolve um maior grau de complexidade nos parâmetros de decisões, pois seus tentáculos alcançam um horizonte mais distante. A política ainda sob o olhar de Rebouças (2007: 227) significa “parâmetros ou orientações que facilitam a tomada de decisões pelo executivo (isto para qualquer nível dentro da empresa)”.
Assim como se deu uma breve elucidação sobre macropolítica é necessário também apresentar algumas considerações sobre micropolítica. Esta por sua vez consiste nos parâmetros e formas utilizadas para a sobrevivência e convivência das pequenas células que compõem o organismo maior, a sociedade.

1.2 AS CLASSIFICAÇÕES DA POLÍTICA

As políticas podem ser divididas de acordo com sua conceituação, sendo elas:
Políticas estabelecidas, políticas solicitadas e políticas impostas.
Podem ainda ser classificadas quanto a sua forma de divulgação: Explicitas e implícitas, sendo que a melhor destes dois tipos é a do tipo explicito, pois todos os membros da organização devem possuir conhecimento sobre mesma para que se obtenha o maior comprometimento possível por parte dos colaboradores.
Há também a classificação que leva em consideração sua divisão: gerais e especificas, sendo que a primeira subdivide-se em gerais de negócios, gerais de direção e gerais de gestão. Tais classificações foram retiradas de Rebouças (2007: 228/230)
Percebe-se que a política organizacional possui uma semi-autonomia, ou seja, cada área pode se adequar as suas realidades possuindo seus norteadores próprios, contudo estes devem estar perfeitamente encaixados em norteadores maiores, os quais regem toda a organização.

1.3 FUNÇAO DA POLÍTICA

Ao tratar-se de organização o pensamento logo é remetido a planejamento, de acordo com Penteado (1983:134) “sem política, é praticamente impossível planejar. Todo o planejamento está na dependência de certos princípios que devem ser estabelecidos a priori.”, ou seja, para que o profissional de Relações Públicas possa executar um planejamento adequado é de fundamental importância conhecer a organização e que esta tenha sua política de conduta dos negócios, relacionamentos, etc. muito bem definidas. Na sua ausência, antes de planejar é preciso redigir uma adequada política organizacional para esta organização.
Para Ralph Davis apud Penteado (1983: 134/135) “a política da empresa é, basicamente, uma declaração expressa ou implícita daqueles princípios e normas organizados pela Direção, como guias e sentinelas que vigiam o curso dos pensamentos e das ações dessa mesma empresa”, ou seja, é o formato com que as ações serão conduzidas durante toda a existência da organização é a coluna dorsal da organização, a qual dará suporte a todas as demais atitudes, guiará os pensamentos e consequentemente conduzira a organização pelos caminhos alicerçados na política estabelecida.
Para Penteado, a política da empresa deve ser tão sólida e tão presente para os integrantes da organização quanto a Constituição é para o Governo. Esta analogia deixa claro que os rumos a serem tomados pela organização devem ter como base as políticas instituídas pela organização sendo que devem ser respeitadas e verdadeiramente sólidas, uma vez que sem uma Constituição, um país jamais se conseguiria firmar.

2 SUPORTE PARA ELABORAÇAO DE POLÍTICAS

Apesar da não existência de uma fórmula pronta de como se pode desenvolver uma política eficaz e eficiente, o autor Penteado (1983:135) fornece sete pontos que devem ser levados em consideração para que uma política organizacional seja efetiva, são eles:

ü 1º Precisa ser bem definida, claramente expressa e compreendida por todos os públicos da empresa;
ü 2º precisa ser adaptável às peculiaridades de cada público;
ü 3º Precisa ser flexível, embora lhe seja essencial certo grau de rigidez;
ü 4º Precisa ser planeja, a fim de prever o maior numero possível de eventualidades;
ü 5º precisa ser baseada em fatos e apreciações justas;
ü 6º Precisa ser totalmente compatível com o interesse público na sua mais ampla acepção;
ü 7º Precisa ser mais uma declaração geral do que uma prescrição de procedimentos em pormenor.

As características a pouco mencionadas trazem consigo a capacidade de tornar uma política efetiva dentro de seu meio de criação e desenvolvimento, uma vez instalada de maneira sólida resultará em um ambiente fértil para um efetivo exercício das Relações Públicas. Contudo para que este cenário se desenvolva é necessário fundamentalmente, segundo Henry Ford II apud Penteado (1983:136) “A primeira condição para existência das Relações Públicas é querer que existam Relações Públicas... este querer é da competência – em primeiro lugar – dos homens colocados no mais alto escalão hierárquico”.
Assim como as relações públicas, cabe aos administradores elaborarem as políticas de suas organizações, apesar de não existir uma forma pronta, o autor Penteado (1983:136) fornece alguns cuidados que se devem levar em consideração para a elaboração de tal política, como segue:
ü Não tente traçar a política da sua empresa sem conhecer primeiro os públicos aos quais essa política se destina;
ü Da mesma forma que as Relações Públicas, a política da empresa não é uma panacéia para ser usada depois dos erros cometidos;
ü Nenhuma política válida de empresa pode viver na dependência das suas instituições, por mais geniais que as considere;
ü Mesmo que inadvertidamente um erro ao traçar alguma das diretrizes da sua politica da empresa, não hesite em modificá-la etc.

Para fornecer uma melhor visualização de determinadas políticas cita-se ainda alguns exemplo, tais como políticas de privacidade referente instituição financeira denominada de Santander, a empresa Sony Brasil Ltda., assim como um exemplo retirado da obra Relações Públicas nas Empresas Modernas produzida por Penteado (1983), todos estes exemplos podem ser encontrados no anexo I.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A existência da política é fato certo, seja sob um olhar admirável ou sob uma perspectiva negativa, seja ela qual for a vida de todos está diretamente ligada à suas nuances, suas peculiaridades, os tentáculos da política alcançam até aqueles que tentam ignorá-la e evitá-la. Fatalmente uma organização é constituída por emaranhados políticos semi-autônomos todos enquadrados na macropolítica, a qual é o norte da organização. Fica claro que a política sendo a espinha dorsal das organizações tem um caráter inevitavelmente ligado ao poder sendo indispensável à organização buscar por profissionais cujas características devem estar pautadas na ética, bom senso e dinamismo para que se possa obter um processo de fortalecimento constante das políticas organizacionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Maar, Woltgang Leo. O que é Politica – São Paulo: Brasiliense – 1ª Edição de 1982 (a utilizada aqui se refere a 12ª edição).

Penteado, J. Roberto Whitaker – Relações Públicas nas Empresas Modernas 1983.
Rebouças, Djalma Pinho. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e Práticas – 1988 3ª edição 2007. Simões, Roberto Porto. Relações públicas e micropolítica – São Paulo: Summus – 2001.

Sites consultados em 03.04.08
www.sony.com.br
www.santander.com.br

Por Luis Carlos

Nenhum comentário: